MAKTUB – 4×4 Expedition Marrocos

Partimos de Tarifa, no extremo sul de Espanha, onde embarcamos no ferry rumo a Tânger, porta de entrada em África. Após os procedimentos alfandegários, seguimos pela costa atlântica até Asilah, uma pitoresca vila muralhada, conhecida pelas suas casas brancas com portas azuis, arte urbana e atmosfera tranquila.

Iniciamos uma longa etapa em direção ao interior, atravessando parte das montanhas do Rif e entrando no Médio Atlas, com passagem por florestas de cedros, aldeias berberes e vastos planaltos. Subimos até aos 1500 m de altitude, onde a paisagem se torna mais árida. Dormida em Midelt, cidade situada entre duas cadeias montanhosas, famosa pela produção de maçãs e pelas suas vistas para o Jbel Ayachi.

Seguimos pelas pistas da belíssima Vallée du Ziz, com os seus palmeirais infindáveis e aldeias de adobe encaixadas nas margens do rio. Atravessamos planaltos pedregosos, pistas rápidas e zonas de transição para o deserto. A chegada a Erfoud, já em ambiente semi-desértico, marca a entrada no sul profundo de Marrocos. É conhecida pelos fósseis e pelos kasbahs históricos. Alojamento em Kasbah de luxo.

Entramos em pleno Sahara marroquino, percorrendo parte das míticas pistas utilizadas no antigo Rali Dakar. Navegamos por planícies arenosas, pequenos ergs e passagens técnicas até Merzouga, junto ao Erg Chebbi, um dos maiores conjuntos de dunas do país. Aqui, a magia do deserto acontece: silêncio absoluto, céu estrelado e cores douradas a perder de vista.

Partimos em direção ao sudeste, atravessando o deserto profundo por pistas exigentes de areia e cascalho. Passamos pelo Erg Ouzina, uma região menos turística e mais selvagem, onde a travessia é feita por pistas solitárias entre dunas, oueds secos e aldeias esquecidas. Chegada à remota Tafraoute Sidi Ali, onde pernoitamos no coração do nada.

Este é um dos dias mais intensos e genuínos da expedição. Ligamos aldeias ancestrais como Ksar Oumjrane a zonas do deserto profundo, com passagens pelas dunas de Chegaga — um desafio técnico e visual para qualquer amante de TT. Passagem por Zagora famosa pela mítica placa “Tombouctou 52 jours”. Seguimos por pistas até M’Hamid, o último grande oásis antes da fronteira argelina. Aqui, o Sahara mostra-se autêntico, longe do turismo de massas.

Deixamos M’Hamid rumo a Foum Zguid, atravessando o mítico Lago Iriki, hoje um leito seco com pistas rápidas e paisagens fora deste mundo. Seguimos por zonas rochosas até Ouarzazate, conhecida como a “Hollywood de África”, onde a cultura e o deserto se encontram.

Subimos pelas pistas do Alto Atlas, com paisagens montanhosas, aldeias berberes e vales férteis. É um dia de contrastes: do deserto à água em abundância. Chegamos ao impressionante parque natural das Cascatas de Ouzoud, as maiores de Marrocos, onde dormiremos com vista para as quedas de água rodeadas de oliveiras e macacos de Gibraltar.

Ligação longa por estrada, com passagem por zonas agrícolas do norte e pelas cidades históricas como Meknès ou Larache. Chegamos a Tânger, cidade vibrante e portuária com forte influência europeia e árabe.

Cruzamos novamente o Estreito de Gibraltar com o coração cheio de histórias, memórias e amizades. Fim da expedição.